01 março 2017

Por que assim?

Por Vavá - Tons de Deus

Nesses tempos de crise ética, moral, cultural... muitas vezes pretendemos encontrar uma resposta, e esta as vezes não nos vem com muita facilidade. Vivemos em um mundo virtual e descartável, onde o importante é você ser feliz. Tudo gira em torno de fazer “você” feliz, não se importando muito com o fazer o “outro” feliz. Este é o preço que pagamos por um mundo cada vez mais individualista e competitivo, um mundo onde o que importa de verdade é você.
Se buscarmos as ações daquele que seguimos, Jesus Cristo, veremos alguém que nos ensinou a partir e repartir, estar sempre rodeado de pessoas, mesmo aqueles e aquelas que para a sociedade, não eram bem vistos. Não podemos esquecer de aprender com o Mestre e buscar ser e fazer diferente no meio que vivemos, temos que deixar de lado a expressão: “todo mundo faz isso” e trazer o conceito: “eles podem fazer isso, mas eu por ser cristão não! ”.
Que Deus em sua infinita bondade nos conceda o perdão e a paz!

Amém!

01 janeiro 2016

Ano Novo

Por Vavá - Tons de Deus


É hora de refletir, de se avaliar, é hora de fazer pedidos e se comprometer para um novo ciclo que insistimos de cantar: “_ Adeus ano velho, feliz ano novo”... Só que nos esquecemos de um detalhe: como ter um ano novo com novas realizações de sonhos, se nossas vidas, atitudes e compromissos ficam iguais as do ano que passou.

Como pedimos PAZ ao mundo se os governantes são sempre os mesmos? Se as nossas atitudes no trânsito, nas baladas, na sociedade continuam as mesmas. Como pedir bênçãos de Deus? Se durante pouquíssimos momentos de nossas vidas paramos para ouvi-lo, e quando Ele nos fala insistimos em ouvir a voz do próprio ego, da própria razão.


Que possamos verdadeiramente neste ano que inicia querer estar de bem com as pessoas, que possamos deixar para trás o homem e a mulher velha e se deixar fazer novas criaturas de Deus. A vida é feita de escolhas, e que possamos saber e ter o discernimento de escolher as melhores coisas, assim como Jesus alertando Marta lhe disse: “_ Marta, Marta... Maria soube escolher a melhor parte”...  


Que no ano que inicia, possamos fortalecer as velhas amizades, e estar aberto para que novas pessoas e amizades façam parte de nossas vidas, de nossas histórias. Que possamos respeitar o limite do outro, o querer do outro, nunca esquecendo que as decisões tomadas são acompanhadas de algo intransferível que são as consequências. Viva cada segundo, pois o amanhã não nos pertence.  Parafraseando Rosa de Saron: " ... viva como quem soube que vai morrer, Morra como quem um dia soube viver ... ".


Não esqueça: “A vida é sua, a estrada que você trilha é sua, portanto escolha bem que caminho trilhar para que o ano novo possa ser verdadeiramente de realizações”.


Seja feliz com as bênçãos de Deus!


14 setembro 2015

Nossa Pequena História

Por: Vavá – Tons de Deus

Ao fazermos o lançamento de nosso DVD: Tons de Deus – 10 anos – Nossa Pequena História, tentamos mostrar a História de muitas vidas. Pessoas que conhecemos, outras que pelo mundo vamos esbarrando, uns ficam, outros nunca mais vemos... A grande maioria cria vínculos, outros nem tanto.

Nossa proposta não é querer ser os melhores, mas fazer de tudo para que, o que façamos seja melhor. Não somos artistas, não somos estrelas, somos pessoas normais, pelo menos é o que pensamos ser..., normais juntando as forças e fazendo o que talvez fosse impossível.

Queremos fazer uma proposta, topam? Que tal tentar fazer nossas vidas diferentes; que tal começar a prestar atenção no outro? Às vezes o outro é este que está ao teu lado, precisando por algum motivo bobo, ou muito sério, da sua ajuda. Que tal preencher as manhãs com música? Ligue o rádio bem alto e deixe as harmonias da vida entrar em seu coração. Que tal dar bom dia para os vizinhos? Para o colega de trabalho, para o cobrador do ônibus. Que tal fazer o mundo ser mais colorido? Usar roupas coloridas, estar de bem com a vida. Que tal dar mais gargalhadas e não levar as invejas e palavras maldosas tão a sério?  Que tal fazer diferente? Ver a vida diferente? Que tal marcar mais encontros com os amigos? Que tal fazer desses encontros, às vezes raros, serem intensos? Que tal agradecer todos os dias, todas as noites? A Deus, ao irmão, a esposa, ao marido, ao pai, mãe, aos filhos e filhas.

Enfim, que tal agradecer a VIDA?

“VIDA”. Ô palavra difícil de entender, estamos de passagem, estamos aqui por tempo determinado. Amanhã, não me pertence, não te pertence; portanto viva o hoje, viva o agora, viva o amor, viva a amizade, viva estar com as pessoas, pois talvez este momento, esta hora entre muitos de nós, presentes num mesmo lugar seja único.

Foi assim que encontramos força, coragem, esperança de que “Nossa Pequena História” poderia ser contada. Que Deus abençoe a cada um e saibam que quando colocarem o DVD do Tons para assistir e ouvir, ali dentro tem a sua mão também...

17 agosto 2015

A vida se completa em pequenos gestos

Por: Vavá – Tons de Deus

Essa afirmação talvez não responda a tantas perguntas que possamos ter:
Se realmente isso é verdadeiro, por que procuramos estar entre os melhores?
Por que queremos ser mais valorizados?
Por que queremos ter as melhores marcas e coisas?
Ter os maiores amigos do mundo?

Enfim, poderia ficar aqui levantando mais de uma centena dessas interrogativas e teria para cada uma, respostas convincentes. Mas esta frase requer um olhar mais apurado, e com certeza diferenciado. Talvez responderíamos com outra pergunta: “O que é a vida”? E talvez teremos várias outras respostas... O que vem ao caso não é obter as resposta para tais perguntas, mas sim, nos levar à olhar em torno de si próprio. Tudo que precisamos está em torno de nós mesmos, mas vivemos buscando na complexidade da vida, muitas vezes, coisas supérfluas e até mesmo, passageiras.

Será que existe melhor coisa no mundo do que ter um(a) amigo(a), mesmo que este ou esta não seja aquele(a) que os outros considerem tanto?
Será que existe melhor coisa no mundo que ter um lugar pra encostar a cabeça e descansar despreocupadamente, sabedores de que muitos nem tem onde dormir?
Será que existe melhor coisa no mundo do que ter uma família? O seu porto seguro, aqueles que conhece você por inteiro?

Somos nós que fazemos as nossas escolhas, somos nós que escolhemos quais caminhos seguir, portanto somos nós que temos nas mãos onde? Com quem? E como viveremos? Penso que viver é um exercício diário de “deixar”, principalmente coisas que não nos fazem bem; e “acolher”, principalmente os frutos que a vida lhe dá, daquelas sementes que plantaste num passado recente.  Acredito que tudo que é feito com carinho e total dedicação se transforma em resultados bons, alguns até brilhantes. Mas não esqueça: Deus é Provedor de todas as coisas e bênçãos; e quando colocamos nossos sonhos nas mãos Dele, se este estiver carregado de ótimas intenções, sem prejudicar nada nem ninguém! As coisas se realizam, e ao se realizar você verá que a felicidade custa muito pouco, e que: “A vida se completa nas pequenas coisas...”


17 abril 2015

Qual músico vai animar a sua Celebração?

Por João Carlos Nascimento

A sua Igreja está preparada tecnicamente para receber um músico para animar uma celebração?
Com certeza você dirá que sim. Para não ser injusto, fiz uma tabela com as 20 últimas Igrejas que eu visitei.

Somente 3 colocaram a disposição do músico uma mesa, microfones e caixas de retorno.
Uma delas tinha uma mesa e dois microfones, sem retorno.
3 delas apenas 1 microfone, sem mesa e sem retorno.
E as demais, 13 Igrejas, não colocaram nada a disposição dos músicos.

Nessa minha rápida estatística, 65% das nossas instalações simplesmente desconsiderou a possível presença de pelo menos um cantor sem nenhum acompanhamento. Desse jeito não vamos conseguir fazer com que os nossos talentos sejam colocados a serviço. Precisamos dar condições e felizmente, tenho exemplos de comunidades que tem essa preocupação, são poucas, dentre as 20 que visitei recentemente, 3 delas.

Mas já um começo.

Saiba que custa muito pouco equipar a sua Igreja para receber bons músicos, entre em contato comigo, você vai ficar se perguntando porque não fez isto antes.
Conheça alguns dos meus trabalhos: http://jcnascimento.blogspot.com


09 março 2015

10 coisas que um músico não deve fazer na liturgia


Por Luis Felipe Barbedo

Virou uma febre nas redes sociais os textos em formato de listas. Parece ser uma metodologia bem didática e bastante apropriada para o rápido ambiente virtual. Resolvi então aderir à moda e exercitar essa maneira diferente de escrever aproveitando um tema bastante comum e que costuma gerar tantos problemas na nossa igreja. Não sou um especialista em liturgia, mas ao longo da minha caminhada, estudando, praticando e vendo outros grupos de música acho que aprendi pelo menos essas coisas…

1) Vestir-se inadequadamente

Palco é palco, altar é altar. É comum que um artista faça do seu próprio corpo uma extensão da sua expressão; no entanto, a liturgia não é um lugar de expressar sua individualidade a ponto de roubar a atenção do principal: o mistério que está sendo celebrado no altar. Atualmente as equipes de música vêm ocupando lugares no templo bastante destacados (ao contrário de quando escondiam-se nos “coros”), muitas vezes ao lado do altar. A preparação, portanto, deve começar quando você abre o seu armário e escolhe a sua roupa. Sobriedade e discrição são a norma.

2) Chegar em cima da hora

Tocar e cantar numa missa são responsabilidades muito grandes e muita coisa pode dar errado: um cabo que resolve chiar assim que se liga, uma bateria do violão que precisa ser trocada, uma extensão de força que não está no armário como deveria estar (“quem foi que usou por último, hein??”). Sendo assim, os músicos devem chegar a tempo suficiente de deixar tudo perfeitamente preparado para quando a missa começar, para não ter que cometer o abuso de afinar o violão somente durante a primeira leitura.

3) Cantar e tocar sem ensaio

Se com ensaio a quantidade de erros que vemos numa celebração já é enorme quanto mais sem ensaiar… É bom que todo grupo de música tenha um repertório básico ensaiado para qualquer situação e que ensaie uma ou outra música específica para aquela celebração, seja por uma solicitação do celebrante, seja por uma exigência litúrgica.

4) Substituir os cantos do ordinário por outras músicas quaisquer

Momentos específicos da liturgia como o Ato Penitencial (Kyrie), Gloria, Santo (Sanctus) e o Cordeiro (Agnus Dei) são parte integrante da celebração. Da mesma forma que o padre não pode substituir a Oração Eucarística por uma outra oração qualquer, se esses momentos da missa forem cantados, a letra deve respeitar as fórmulas prescritas pela Instrução Geral do Missal Romano. Essa inclusive é uma ótima oportunidade para estimular os compositores da paróquia a fazerem novas melodias para esses momentos.

5) Escolher as músicas sem ler as leituras do dia

A liturgia não é uma audição onde você escolhe as músicas que melhor se adequam à sua voz ou a que o guitarrista tirou o solo “igualzinho ao do CD”. As músicas devem ser escolhidas de acordo com o que está sendo celebrado naquele dia, levando-se em conta as leituras do dia e o tempo litúrgico. Ao preparar-se para a liturgia, faça uma lectio divina com as passagens que serão lidas e somente a partir daí escolha as músicas do dia.

6) Fazer firulas vocais e instrumentais excessivas

Sim, você sabe cantar. Sim, as pessoas sabem disso. Sim, você não precisa sambar na cara da sociedade quando cantar aquela música que parece que foi feita para você. Você está lá para ajudar as pessoas a cantar, não para cantar no lugar delas. Há cantores que atrapalham mais do que ajudam quando cantam, usando divisões rítmicas diferentes, tons inadequados para a assembleia e que quando acabam só falta o povo levantar e aplaudir. Menos, queridos, menos.

7) Conversar durante a celebração

Na verdade, essa recomendação não se restringe somente aos músicos, mas a qualquer membro da assembleia e é uma questão de educação. No entanto, faço questão de colocá-la aqui porque há músicos que passam a missa inteira discutindo sobre o CD novo do artista X e o clip novo da cantora Y e não dão a mínima para a celebração. Isso quando não resolvem sair para bater papo durante a homilia… Sem comentários.

8) Fazer introduções e solos intermináveis

Não existe nada mais irritante na música litúrgica quando a música leva mais de um minuto para começar a cantar. Você NÃO PRECISA tocar exatamente igual ao que está no CD. Os arranjos de um CD são feitos com outras finalidades, nem sempre adequadas à liturgia. Portanto, ao iniciar uma música, pode mandar dois compassos no tom e na levada corretos e meta bronca!

9) Músicas desconhecidas

“Pô a banda X tem uma música linda que tem tudo a ver com o evangelho de hoje…” Sim, querido, mas eles vão cantá-la? Então sinto muito. Se você tiver tempo para ensinar as pessoas a cantarem a música antes da celebração, ótimo, se não, deixe-a para ouvir em casa na sua oração pessoal. As pessoas precisam participar da missa e não assistir a um espetáculo seu.

10) Não conhecer liturgia

Toda pessoa que se presta a qualquer serviço precisa ter um mínimo de formação na área. Se você não sabe fazer um lá menor no violão, você vai querer pegar para tocar na missa? Então por que você acha que pode tocar numa missa sem sequer saber do que se trata o que está acontecendo ali? Procure livros sobre o assunto, sites confiáveis, documentos da Igreja. Ao assumir um serviço para Deus você tem a obrigação de fazer bem feito e isso inclui conhecer em profundidade o mistério que está sendo celebrado e ao qual você diz servir.

02 março 2015

O ministério do animador do canto ou regente

Por Pe. José Carlos Sala

 A unidade das vozes do povo reunido em celebração e a dinâmica e fluência do canto dependem, em grande parte, do animador do canto ou do regente. “Convém que haja um cantor ou regente de coro para dirigir e sustentar o canto do povo. Mesmo não havendo um grupo de cantores, compete ao cantor dirigir os diversos cantos, com a devida participação do povo” (IGMR 104; cf. MS 21). 

Trata-se de um ministério a serviço da unidade da assembleia que, através da condução/regência dos cantos contribui para um mergulho no mistério pascal celebrado e a consequente valorização da dimensão sacramental do canto da assembleia litúrgica: a unidade das vozes expressa a unidade da Igreja congregada no Espírito Santo que, sob a ação do mesmo Espírito entoa o “canto novo” diante do trono do Pai e do Cordeiro (cf. Ap 5,9).

 Este ministério, quando devidamente exercido, contribui para o diálogo entre Deus e seu povo porque “a celebração dos mistérios da fé é função de todo o povo de Deus e se processa num rico diálogo entre os ministros e a assembleia, e destes com Deus, e este diálogo tem no canto o seu momento mais expressivo” (A Música Litúrgica no Brasil, 247).

 Eis algumas características da pessoa que exerce este ministério: Estar engajado na vida de fé da comunidade, e desempenhar o serviço como resposta a um chamado de Deus; Cultivar uma profunda sensibilidade litúrgica e o gosto pela liturgia, o que lhe proporciona realizar o serviço com amor e dedicação; Ter percorrido uma caminhada de formação litúrgica a fim de compreender o que é próprio de cada rito e os ritmos próprios da celebração; Conhecer a função do canto e da música na liturgia e saber distinguir as partes que são próprias da assembleia das partes para solistas ou grupo de cantores; Ter alguma formação técnica em música para garantir boa qualidade na execução das músicas; Juntamente com a equipe de liturgia, colaborar na definição do repertório a ser cantado a partir de critérios litúrgicos, bíblicos, teológicos e estéticos.

 Algumas dicas para melhor desempenhar este ministério:

a) Mostrar-se sumamente respeitoso(a) com as pessoas, acolhendo-as com um semblante pascal inspirando-lhes confiança, serenidade e segurança;

b) Estar em um lugar visível, orientando a assembleia durante os cantos da celebração;

c) Manter a “atitude espiritual” (o gesto corporal, o sentido teológico-litúrgico do mesmo gesto e a dimensão afetiva devidamente integrados) ao longo de toda a ação litúrgica; Postura de quem está vivendo em inteireza o momento de oração, com naturalidade e simplicidade;

d) Ter as mãos livres e, se necessário, usar uma estante de apoio para o livro e/ou partituras;

e) Estar em sintonia com os diversos ministérios: presidência, leitores, salmista, instrumentistas, grupo de cantores, equipe de celebração e assembleia para colaborar na unidade de todo o corpo celebrativo;

f) Animar o canto da assembleia, de modo a fazê-la vibrar em uníssono ao cantar estribilhos e refrãos ou hinos, ao responder ou aclamar com prazer à proclamação das Escrituras, e ainda levá-la a sintonizar profundamente com a Oração Eucarística.

g) Cuidar para que o volume dos instrumentos musicais e dos microfones não se sobreponha ao canto da assembleia. Em muitas comunidades, o excessivo volume dos instrumentos, como também a grande quantidade de microfones para os cantores, às vezes, não contribuem para um mergulho no mistério celebrado, antes, provocam a agitação interior e a dispersão, além de inibir a participação da assembleia no canto e tornar as celebrações demasiado barulhentas;

h) Não é conveniente cantar ao microfone todos os cantos da celebração. Durante os cantos que a assembleia conhece e participa ativamente de forma natural e espontânea, convém ao animador, como também ao grupo de cantores, que se afastem do microfone, aproximando-se um pouco mais nas partes em que a comunidade tem maior dificuldade em cantar. O canto litúrgico não é propriedade particular de um animador, regente, instrumentista, coral,... mas (Cf. CNBB, A música Litúrgica no Brasil, 247) pertence a toda a comunidade que celebra. O animador não está aí para “cantar na missa”, mas para fazer a comunidade participar ativamente da celebração;

i) Ensaiar as partes que cabem à assembleia, tais como: refrãos, aclamações, cantos do “ordinário da missa”, etc., antes do início de cada celebração.

j) Cuidar da dignidade da própria veste e da postura do corpo;

k) Reservar um momento de silêncio entre o breve ensaio e o início da celebração. Afinações de instrumentos e os testes de som são feitos antes da chegada dos fiéis para a celebração. Cada fiel que chega tem o direito de desfrutar de um momento de silêncio que lhe propicie fazer sua oração pessoal.

l) Quando é necessário, entoar um refrão meditativo antes da celebração para criar um clima m) Que os animadores do canto e regentes evitem certos “estrelismos”, postura de quem está fazendo um show ou de um “animador de auditório”, que transformam a celebração do mistério pascal em uma mera diversão religiosa. Tenho visto, com espanto, muitos animadores “roubarem a cena”, serem o centro das atenções, ofuscando o mistério e o próprio Cristo.

Em momentos de ensaios propriamente ditos, é bom observar o seguinte:
(Cf. CNBB, A música Litúrgica no Brasil, 248)

• Iniciar o ensaio com um refrão meditativo, de preferência com as referências Bíblicas do dia. Depois, pedir à assembleia que, enquanto se canta, ela acompanhe silenciosamente, escutando bem a melodia e lendo o texto, sobretudo quando se trata de um canto desconhecido;

• É mais adequado ensinar primeiro o refrão; depois, aos poucos, vão se introduzindo as estrofes. Não convém alongar-se demais no ensaio, tampouco ensaiar vários cantos novos a cada dia;

• É sempre bom escutar a assembleia sem os instrumentos musicais para confirmar seu aprendizado. Durante o ensaio, os instrumentos são muito discretos, apenas uma condução da linha melódica para facilitar a memorização do canto;

• Quando a comunidade já o estiver acompanhando, é hora de elogiá-la;

• Nunca se deve dizer que tal ou qual canto é difícil ou feio, já predispondo negativamente a assembleia;

• Quando oportuno, é bom fazer uma brevíssima introdução, antes de iniciar o ensaio de um canto, destacando o que há de mais importante em seu texto, a sua função litúrgica;

• Durante o canto, fazer gestos básicos de regência. Educar também a assembleia para os gestos de regência.

• A expressão facial deverá ser sempre alegre, incentivadora;

• Ter sempre em mente que a base para se cantar bem está na respiração e que uma das funções do(a) regente é ensinar a cantar e não se canta apenas com a boca, mas com todo o ser. 

Para Refletir:

• Em sua comunidade, há alguém que exerce o ministério de animador(a) ou regente)?

• Como acontece a unidade entre este(a) ministro(a) e a assembleia celebrante?

• Há comunhão entre os demais membros da equipe e o(a) animador(a) ou regente?

• Em sua comunidade e/ou Diocese, existem iniciativas de formação para os agentes de música litúrgica? Se não existe, o que podemos encaminhar para a formação litúrgico-musical dos agentes de canto e música litúrgica?

28 janeiro 2015

SERÁ QUE É SUFICIENTE?




Nesses dias de tantas turbulências em todo o mundo, tenho me questionado: Será que o que fazemos como cristãos é suficiente? Vejo cada dia mais pessoas falando em paz, amor, perdão, e tudo que é bonito pelas tecnologias atuais, principalmente pelo facebook. As ações de um Papa nunca foram tão  comentadas pela mídia, e pelas pessoas, mesmo aquelas que não freqüentam a nossa Igreja.

Nós que cantamos por toda a nossa região temos acompanhado a quantidade de grupos, corais, ministérios, bandas e pessoas que cantam e tocam em nome da Igreja. O que me deixa muito feliz, mas também preocupado. Preocupado não com esses ministérios, que Deus sempre abençoe essas atividades, mas vejo que muitas de nossas ações na sociedade não condizem com o que anunciamos através de nossas canções. 

A minha pergunta é: será que estou fazendo o suficiente para merecer e estar garantindo a Ressurreição? E ajudar outros a encontrar o Caminho em suas vidas? Me Preocupa em no dia que for chamado diante do Altíssimo, Ele me perguntar: O que fiz pra merecer a Vida Eterna? Qual será a minha resposta... Tomara que não seja somente a resposta: Senhor eu fiz parte de uma banda que animava as Missas, encontros e todas as atividades relacionadas ao Projeto do Reino. Enfim, o que você pensa com relação a isso?  Deixe o seu comentário.   

04 novembro 2014

UM ABRAÇO JOVEM, UM SORRISO JOVEM, UM LOUVOR DE JOVEM...



Após ter experimentado nos últimos SHOWS MENSAGENS a presença forte de Deus, como sempre acontece, mas com mais intensidade principalmente nos últimos; fiquei me questionando o quanto nossa Igreja inova e a cada instante se renova... Há décadas atrás ao cantar parte do refrão que usei como título, muitos de nossa juventude continuariam cantando. Hoje os estilos são outros, as canções, melodias, ritmos e instrumentos também, mas o impressionante é que a MENSAGEM vinda do EVANGELHO é a MESMA, mas SEMPRE se RENOVA. E nossos jovens a tem recebido com muita alegria e vigor. Vemos a juventude que unidas aos adultos, veem a necessidade de cantarem bem alto aquela canção que cada um adotou para sua vida. E nós estamos muito agradecidos ao Pai que a cada show nos tem dado dons, para usar a música como uma maneira de levar as pessoas a Ele. Outro ponto interessante que tenho percebido é a vontade de muitos se manifestarem através de símbolos. É cada vez mais forte o uso das camisetas personalizadas que evangelizam, ou representam o Grupo de Oração, Movimento ou Banda que gostam, além dos rosários, crucifixos e outros símbolos que abordam e retratam a nossa fé. Os abraços, os sorrisos, a acolhida das pessoas nos ambientes que nós nos encontramos é algo inexplicável, através desses gestos temos mais convicção e confiança de que estamos no caminho certo: o de levar as pessoas a assumirem o compromisso de batizados e batizadas no Senhor. Que o Espírito Santo nos inspire para não esquecermos jamais de qual é a nossa MISSÃO, que é a de  levar através da música, as pessoas a quererem viver o Evangelho de Jesus Cristo, junto com os irmãos na Fé de um mesmo Deus que é Pai. Que Maria Santíssima interceda a cada componente do Grupo e da grande família Tons de Deus, que a cada dia aumenta mais. Assim seja!

Vavá – Tons de Deus

04 setembro 2014

Voltar às origens


Estávamos na nossa comunidade participando de uma celebração, as pessoas responsáveis pelos cantos estavam um pouco desanimadas, sem muito interesse pelo que estavam realizando, parecia que estavam fazendo porque não tinha mais ninguém disponível e a leitura falava dos talentos e nos convidava para colocá-lo a serviço, para não guardarmos. Sentimos neste instante que já era hora de fazer algo pela comunidade, de dar a nossa contribuição, porque sabíamos que com a participação de todos é que acontece a verdadeira celebração. 

Ao nos colocarmos a disposição da comunidade, quase sempre dedicamos o nosso tempo para realizar aquilo que realmente gostamos de fazer. E isto é natural, colocamos o nosso talento a serviço. O talento é a nossa inclinação natural para realizar determinada atividade. Mas sabemos que só o talento não é suficiente para que a atividade a ser realizada tenha sucesso ou atinja um nível de qualidade satisfatório. E quando a atividade é relacionada a música então, fica ainda mais complicado. 

Começamos a tocar, colocando a disposição o nosso talento musical. E como todo mundo que começa o que sobra de vontade falta em qualidade. Com o passar do tempo vamos evoluindo, lapidando o nosso talento, melhorando a técnica, entendendo a teoria, adquirindo instrumentos com mais fidelidade, aprimorando a nossa percepção. Enfim, chegamos num nível de qualidade muito bom, às vezes comparado a profissionais.

Para chegar neste nível de qualidade passamos por várias etapas, assistimos um par de vezes aquela apresentação ao vivo do nosso músico de referencia, ficamos horas incomodando o nosso vizinho que já tinha bastante experiência, gastamos nossas economias comprando diversos instrumentos até elegermos um para ser nosso companheiro. Montamos o nosso setup e estamos muito satisfeitos e orgulhosos da nossa aquisição.  

Quando chega neste momento somos convidados para tocar na celebração da nossa comunidade. Muito legal e o meu setup recém montado, com aquela guitarra Gibson de cinco mil reais, pedaleira de dois mil, cubo valvulado da Marshall de  três mil vai ser apresentado ao público, vai ser justificado tamanho investimento financeiro. Mas para nossa decepção, a distorção daquela pedaleira não combinou muito com o canto entoado pela comunidade. O alto volume do cubo valvulado abafou a voz do cantor e a nossa preocupação com a última técnica aprendida no Cifra Clube não nos permitiu ver que instantes antes o comentarista havia pedido para ficarmos em silêncio para refletir sobre o que acabávamos de ouvir na leitura.

As críticas vieram e como sempre não de forma agradável, e chegamos a conclusão que a comunidade não entende nada de música, que não evoluiu, que está arcaica, que não quer se modernizar, que, enfim, estamos totalmente certos e os outros estão errados, estamos num nível acima.  

Será? E se nós tivéssemos pego  aquele velho Tonante, ligado naquela velha Top500 e acompanhasse de forma harmônica o cantor, teria sido melhor? Claro que não! Mas se tivéssemos usado a guitarra de forma harmônica,  sem distorção, mas limpa com um pouco de reverberação e o volume do cubo abaixo da voz do cantor? Aí sim.

As vezes menos é mais. O que aconteceu é que enquanto estávamos buscando a excelência da técnica e a fidelidade do equipamento esquecemos do que nos motivou a colocar os nossos talentos a disposição. Lembram: o objetivo inicial era servir a comunidade, contribuir para tornar a nossa celebração mais animada. 

Meus queridos, precisamos de vez em quando voltar às origens. Lembrar das nossas primeiras motivações para que não nos percamos nesse emaranhado de técnicas, equipamentos, teorias e tudo o que lapida o nosso talento, porque talento por si só não é nada, ele precisa espiritualidade, de comunidade e humildade. Devemos ter sempre claro o motivo de tudo o que estamos fazendo: evangelizar através da música, que a nossa música seja motivo de inspiração para que outros se coloquem a serviço e se tornem pessoas melhores, que seja mais um motivo para estarmos junto dos nossos amigos. Numa celebração somos animadores, não atração, somos motivadores para a comunidade cantar.  

Por João Carlos Nascimento - Produtor Técnico do grupo Tons de Deus
joaocarlosrdonascimento@gmail.com 

20 maio 2014

Vocação de Cantar na Igreja


Há muito tempo cantamos na Igreja, lembramos perfeitamente de cantos que aprendíamos na catequese, sendo que naquela época, as músicas principalmente do Pe. Zezinho fervia e era quase que uma obrigação junto com os textos do catecismo, tê-los na ponta da língua. Estávamos vivendo as Missões Capuchinhas (1981) e era tão bom ver, ouvir, cantar e participar de toda aquela festa e alegria. Surgiam então os grupos de jovens, os corais infantis; e nós podemos dizer que fomos agraciados em ter vivenciado tantas experiências nesta fase de nossas vidas.
 Já adolescentes, íamos à catequese que era sempre acompanhada pelos encontros paroquiais, onde as irmãs ensaiavam cantos novos e nos preparavam para Primeira Comunhão e depois o Crisma (somente nós cantávamos as nossas próprias Missas dos Sacramentos). Lembramos perfeitamente que éramos em um número muito reduzido de catequizandos, mas as irmãs sempre queriam mais de nós...

Fizemos parte da formação de alguns corais Infanto-Juvenis, acompanhados de instrumentistas como o Senhor Geraldo (in memoriun), Maneca (in memoriun), Rinaldo Fernandes; onde na época cantava-se principalmente cantos dos livros que a Igreja tinha, “Vem vamos Cantar...” é um dos que lembramos antes do atual “Celebrai”. Em 1989, entrávamos no então Coral Santa Ana, onde tivemos uma experiência de canto no mínimo interessante; logo de partida cantar em outras comunidades, principalmente a Ladainha de Nossa Senhora em Latim, era muito gratificante. Então com toda uma loucura e desprendimento juvenil iniciar cantando no início dos anos 90, canções com ritmos e letras para os jovens, era algo inexplicável. Poder participar de encontros diocesanos de jovens e convites para encontros de outros seguimentos da Igreja, edições dos Cantos Pastorais Sul-4, Diocesanos e Comarcais, fez com que crescêssemos cada vez mais na certeza de que o caminho estava sendo construído.

Não nos esquecendo do coral em quatro vozes, onde a perfeição e colocação das tessituras das vozes, vezes arrepiava a alma e os braços (pelos), vezes desentoava até encontrar o tom certo. Primeiro na paciência do Maestro Lourenço de Pietro, depois na parceria do Maestro José Alex Fernandes (Leco).   Surgem os primeiros casamentos, as ordenações diaconais e sacerdotais, os primeiros shows em palcos e sonorização com profissionais, tendo sempre as dicas de técnicos de som, entre estes: João Carlos Ribeiro do Nascimento. Primeiros convites para participação de CD’s e enfim nos tempos atuais a gravação do nosso próprio DVD, de caminhada de 10 anos de nosso Grupo Tons de Deus.

Ufa!... Pensamos que não íamos acabar mais de escrever o resumo de nossa História com a música na Igreja! Ficaram tantos nomes, tantas parcerias, tantos momentos; mas quem sabe numa outra oportunidade se acrescenta, por hora tá bom assim...
Mas tudo o que foi relatado, não é para mostrar nossa caminhada como se fosse um currículo musical, é sim,  para que percebam que por mais que Deus nos dê talentos, e é Ele quem nos dá, se ficássemos somente com os talentos, talvez não estivéssemos continuando esta História musical, pois os TALENTOS são DONS de DEUS, e isso é indiscutível, mas o TRABALHO ÁRDUO e COM AMOR, faz parte de TODA a MISSÃO para que ESTA SEJA BEM FEITA; independente de qual seja a “SUA VOCAÇÃO”.

Vavá e Ana Jandira – Grupo Tons de Deus